Heroína, o analgésico que mata
Derivada do ópio e sintetizada a partir da morfina pela primeira vez em laboratório, em 1898. chegou a ser considerada uma solução para a cura dos viciados em morfina. Mas depois que se descobriu que ela é no mínimo três vezes mais poderosa que a própria morfina, sua fabricação foi proibida no mundo inteiro.
Como as outras drogas derivadas do ópio. a heroína age sobre os sistemas digestivo e nervoso central, onde os efeitos de torpor e tontura vêm associados, nos estágios iniciais, há um sentimento de leveza e euforia. Agindo como depressora do sistema nervoso central, alivia as sensações de dor e angústia. Segue-se um estado de letargia que pode durar horas. As primeiras doses podem provocar vômitos ou náuseas. Os sintomas desaparecem em pouco tempo mas voltam com violência quando a droga deixa de ser consumida, porque o organismo se acostuma rapidamente a ela.
Injetada diretamente no sangue, com o uso de seringas, a heroína produz efeitos que duram de duas a quatro horas. Como qualquer outra substância externa precisa de cúmplices no organismo - elementos químicos que funcionam como receptores - para propagar seu efeito. Estes encontram-se em determinadas regiões do cérebro, nos músculos e nos intestinos. Por ter a propriedade de combinar-se muito facilmente com os receptores, a heroína é considerada o protótipo das drogas geradoras de dependência. Um dos medicamentos usados no tratamento de viciados é a metadona. por sua propriedade de ocupar os mesmos espaços da droga nas moléculas receptoras. Mas seu uso é limitado pois também gera dependência.
As reações adversas são muitas. A heroína impede a produção de endorfinas, analgésicos naturais do organismo, porque a própria droga se encarrega de fornecê-los. As conseqüências não podem ser piores: quando o viciado tenta suprimir a droga, o organismo não volta automaticamente a produzir as endorfinas logo, nada ameniza a dor da pessoa. O mesmo processo se repete com outras substâncias.
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