terça-feira, 10 de julho de 2012


Rio de Janeiro

Na luta contra o crack, Rio receberá 240 milhões de reais da União

Verba será destinada a ações de prevenção, tratamento e segurança pública

Homens fumam crack no bairro Glória no Rio de Janeiro
Foi nas calçadas e ruas de São Paulo, no início da década de 90, que as cracolândias se incorporaram ao cenário das metrópoles brasileiras. Hoje, o problema está longe de ser uma exclusividade da maior cidade do Brasil. Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios realizado no ano passado em 4.430 das 5.565 cidades brasileiras revelou que o crack e seus efeitos devastadores estão presentes em 91% delas. No caso do Rio de Janeiro, o quadro é alarmante: cerca de 3.000 usuários (sendo 20% menores) padecem em pelo menos 11 cracolândias e mais seis pontos itinerantes de consumo da droga, de acordo com mapeamento da prefeitura.
Nesse contexto, as três esferas de governo se unem para lidar com a questão. A prefeitura e o governo do estado assinam, nesta sexta-feira, a adesão ao programa do governo federal 'Crack, é Possível Vencer', através do qual a União investirá recursos de 240 milhões de reais até 2014 para o aumento da oferta de tratamento de saúde e atenção aos usuários drogas, enfrentamento ao tráfico e ampliação das atividades de prevenção. A verba será utilizada em todo o estado, tanto por repasses como aplicação direta. Pernambuco e Alagoas também já aderiram ao programa, que tem orçamento de 4 bilhões de reais até 2014.

Também nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o secretário municipal de Assistência Social, Rodrigo Bethlem, visitam um dos Centros Especializados de Atendimento à Dependência Química (CEADQ) da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. Esses centros são o eixo da principal política da prefeitura na luta contra o crack. Em 31 de março de 2011, a SMAS deu início a operações de recolhimento de viciados nas ruas. Em 80 ações realizadas nas principais cracolândias da cidade, já foram recolhidas 3.803 pessoas, sendo 3.232 adultos e 571 crianças e adolescentes. No caso dos adultos, trata-se de um trabalho de enxugar gelo, tendo em vista que a maioria absoluta prefere voltar para as ruas. Já os menores são submetidos a internação compulsória, com a aval do poder judiciário.

Tratamento - No âmbito da saúde, serão investidos 211 milhões de reais - sendo 4,25 milhões de reais da prefeitura. Entre as medidas, estão previstas: a criação de seis novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS-AD) para atendimento 24 horas; abertura de 427 novos leitos em enfermarias especializadas e qualificação de 71 leitos já existentes em Hospitais Gerais; e mais 27 novos Consultórios na Rua, além da qualificação de oito já existentes. 

Ações de prevenção serão articuladas pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça, com foco na escola e nos bairros, além de estratégias de comunicação. Os investimentos podem chegar a 15 milhões de reais só na formação de profissionais que atuam nas áreas de saúde, assistência social, justiça e segurança pública por meio de cursos presenciais e à distância.
Grupo: Carolina Duarte, Brunna T., Janaína e Anna Paula.

4 comentários:

  1. é com ações como essa que conseguiremos acabar com a triste realidade do uso do crack. o rio de janeiro é somente um dos focos das cracolândias, esse problema infelizmente tomou conta das cidades do interior do país e está cada vez mais próximo a nós.

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  2. Lembro quando eu vi na Tv a realidade da cracolândia. Credo! É horrível! Também lembro que ficava me perguntando como era possível existir aquilo e, sei lá, o governo ou algum órgão público não fazer nada. Olha como essas pessoas vivem! Tomara que esses investimentos em tratamentos e afins funcione.

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  3. De nada adianta investir nessas operações se não tentar solucionar a raíz do problema,que envolve o tráfico e o fato de que muitas pessoas em situação de miséria usam para fugir da realidade,mesmo sabendo os efeitos,portanto deveriam oferecer melhores condições para estas.

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  4. Acho que a causa do uso de tais drogas é a educação de baixo nível que o Brasil têm e a grande desigualdade social. Claro que qualquer operação pode ajudar, mas acho que enquanto não houver uma grande mudança no modo de vida e ensino não haverá grandes resultados.

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