terça-feira, 9 de agosto de 2011

O Ecstasy e a Música

      Como eu fui muito criticado em off pelo post em que eu associo o consumo de drogas com a música, usarei esse post para defender a independência que o fator arte tem das substâncias químicas.
      As Raves - festas de música eletrônica - costumam durar até as 6h, 7h ou 8h do dia seguinte e o próprio evento Skol Beats (uma rave) usa isso como forma de promover a festa. Porém, há quem diga que as raves só se popularizaram devido ao intenso e descontrolado uso de Ecstasy nesses tipos de eventos. Um dos efeitos procurados por usuários da droga é o aumento no humor e no estado de ânimo. Esse efeito permite com que a pessoa que esteja frequentando a festa tenha fôlego pra dançar e se divertir a noite inteira.
      Mas existem aqueles que fazem questão de distinguir a imagem da música e da droga. É o caso do DJ Marky: "esse negócio de associar música eletrônica com as drogas não tem nada a ver. Isso é uma opção de cada um. A mídia é que associa." Cabbet Araújo, produtor da Bunker 94, no Rio, concorda com o DJ: "Trabalho com música eletrônica há cinco anos, danço a noite inteira e não uso Ecstasy. Tenho vários amigos que tomam para ir dançar forró. A cocaína é muito mais consumida do que o Ecstasy, só que a mídia diz que o Ecstasy está ligado à música eletrônica".
      Mas ele vai além e admite que o crescimento da música eletrônica se deve também à popularização do Ecstasy. "Não vou ser hipócrita de dizer que ninguém toma. De uns três anos para cá o Ecstasy se tornou mais acessível e o crescimento da música eletrônica está relacionado à expansão da droga, e vice-versa". Markinhos, que já experimentou, não se diz aficcionado pelo Ecstasy. "Hoje, a minha viagem é a música".
O pessoal do Brazilian Undergroun Movement (BUM), que agita a cena eletrônica na Baixada Fluminense, no Rio, também não se deixa vincular às drogas. 
      Para entrar no movimento é necessário gostar de música eletrônica, ser confiável, sem preconceitos de sexo, raça ou opção sexual, honesto e que seja bem informado, segundo os integrantes do B.U.M.. Apesar de não recriminarem o uso de drogas dentro do grupo, não gostam da associação: "como em qualquer estilo musical, há o consumo de drogas por pessoas de fraca personalidade, que se deixam levar pelo vício nocivo. O objetivo do B.U.M. é levar música eletrônica de qualidade livre de rótulos", disseram Marcelo S/Pitch e DDChip.
      O compositor e conhecedor da e-music, João Rodrigo Chediak, diz que associar a música eletrônica ao Ecstasy é a mesma coisa que associar a maconha à praia. "Pode ter uma galera do Posto 9, em Ipanema, que fuma, mas não é todo mundo. Seria o mesmo que associar o funk ao sexo explícito, que ocorre em alguns bailes. Nem todos os bailes são assim".

FONTE: Revista MOOD - Comportamento e Cultura

4 comentários:

  1. Nunca tinha pensado dessa forma sobre a influência da mídia em relação à música eletrônica e o ecstasy, mas analisando bem, realmente se tem uma idéia errônea nessa associação.

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  2. musica eletronica é como qualquer outro tipo de musica, é muito errado associar o ecstasy com ela. É bem o que o dj falou, que se pode usar droga tanto para ouvir musica eletronica, quanto para ir dançar forro

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  3. eu ta embém concordo com o Dj que não é a música eletrônica que "induz" o uso, da pra muito bem ir em uma festa eletrônica e não usar drogas. Vai de cada um, quem quiser usar, vai usar em qualquer ocasião, não é só porque é uma festa eletrônica.

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