segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Pesquisa liga o crack a 72% dos moradores de rua de Porto Alegre

Drogas pesadas, sexo sem camisinha e assaltos estão incorporados ao dia a dia dos jovens e adolescentes que perambulam pelas ruas das grandes cidades gaúchas. Muito mais até do que se supõe no pior pesadelo.
Pesquisa realizada ao longo de dois anos com 204 jovens que passam a maior parte do tempo nas avenidas de Porto Alegre e 103 nas de Rio Grande mostra que praticamente todos já consumiram bebida alcoólica. Na Capital, 72% provaram crack e 39% fazem uso diário ou quase diário (mais de 20 dias) da droga.
A pesquisa foi coordenada pelo doutor em psicologia Lucas Neiva-Silva, com participação da ONG Centro de Estudos de DST-Aids do Rio Grande do Sul e do Centro de Estudos Psicológicos de Meninos e Meninas em Situação de Rua vinculados à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e à Universidade Federal do Rio Grande (Furg). O estudo tem apoio do Ministério da Saúde.
Os dados foram revelados ontem, em palestra de Neiva-Silva em seminário do Fórum Metropolitano de Situação de Rua, integrado por representantes de prefeituras da Grande Porto Alegre. A pesquisa foi baseada em entrevistas feitas com adolescentes de rua entre 20 de dezembro de 2007 e 31 de dezembro de 2009. A média dos entrevistados é de 17 anos em Porto Alegre e 14 anos em Rio Grande. Mais de 80% dos pesquisados são do sexo masculino.

Com drogas, mais assaltos e promiscuidade nas relações
As revelações que surgem do questionário são mais alarmantes que o esperado, admite o coordenador da pesquisa. As piores estão relacionadas ao crack. Dos porto-alegrenses entrevistados e que usaram crack, 58,8% se tornaram usuários diários. Só 29,8% conseguiram interromper o hábito, mesmo que temporariamente.
O uso de drogas agravou a situação de adolescentes que já costumam estar em risco. Dos porto-alegrenses entrevistados, 43,6% admitiram ter assaltado após consumir drogas E 39% tiveram relação sexual sem camisinha. Ainda em Porto Alegre, 27% fizeram sexo por dinheiro – e, desses, 89,1% usaram crack.

2 comentários:

  1. Eu assisti uma palestra uma vez com o dr. Eduardo Busanello onde ele colocava que o usuário de crack era facilmente identificado porque ele não vivia em sociedade, mas sim às margens dessa. Como o post fala: o usuário de crack é um morador de rua. Ele ainda fala que o usuário da pedra não se importa com nada a não ser a droga. Ele vai fazer de tudo pra conseguir ela e quando conseguir vai consumir imediatamente após ter comprado. Por isso é fácil distinguir um traficante de crack com um usuário, porque o usuário nunca anda com pedras no bolso. Ele vai consumir TODAS as pedras que ele tiver consigo.

    ResponderExcluir
  2. Um amigo meu que trabalha com advocacia me contou que prenderam uma gang que roubou uma loja, levando 15 mil reais em produtos. Quando foram recuperar, ficaram sabendo que os produtos tinham sido trocado por 150 pedrinhas de crack! E isso aqui em Santa Rosa, onde ninguém suspeita desse tipo de situação, já que todos acham que só ocorre em cidades grandes como POA ou SP. Quando eu ouvi eu fiquei chocada, mas agora acredito quando falam que existe essa quantidade de gente com crack aqui na região.

    ResponderExcluir